Estratégia <br>para defender o País
A Plataforma em Defesa dos Serviços Públicos de Água, Saneamento e Gestão de Resíduos entregou, no dia 28, na Assembleia da República uma petição com mais de 6500 assinaturas pela manutenção daqueles serviços na esfera pública.
«São serviços públicos que consideramos estratégicos e essenciais para o País e para a qualidade de vida das populações e que devem manter-se na propriedade e na gestão públicas», disse, à Lusa, Jorge Fael, da Associação Água Pública.
A petição pede a reversão da privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF) e das fusões das empresas multimunicipais de água, uma política de preços e tarifas que garanta o acesso das populações em condições de igualdade a estes serviços públicos e a defesa dos postos de trabalho no sector.
Criticando as opções do anterior governo, Jorge Fael disse que a EGF foi privatizada a «preço de saldo» e que as «consequências já se começam a fazer sentir», uma vez que, na Área Metropolitana de Lisboa, há uma previsão de aumento de preços na ordem dos 4,6 por cento.
Por outro lado, o executivo PSD/CDS impôs a fusão das empresas multimunicipais de água e saneamento contra a vontade dos trabalhadores, das autarquias e das populações, um «processo visando claramente o objectivo final da privatização», acrescentou.
Para o dirigente da Associação Água Pública, a reversão da privatização da EGF é uma «condição indissociável da garantia de uma política de resíduos norteada por critérios ambientais e não pelo lucro».